HARRY LIME/ORSON WELLES EM O 3º HOMEM (1949)
"A Itália viveu 30 anos sob os Bórgias e tiveram guerras, terror, assassinato e derramamento de sangue, mas nos deram Michelangelo, Da Vinci e a Renascença. Na Suíça, eles têm amor fraterno e 500 anos de democracia e paz, e o que eles produziram? O relógio Cuco!"
Data | 28-07-2015 |
De | Órion |
Assunto | Lourenço |
Em Braga, cidade jovem, temos um amigo (um pouco menos jovem).
É ilustre, é hospitaleiro, e bom anfitrião.
Foi poderoso, reside numa Sé.
É culto,reservado, e de aprumos lineares.
Tem histórias e saberes de séculos vividos.
Encontra-se disponivel para partilhar alguma dessas vivências.
É um homem sedentário, de hábito sedentário e de hábito sempre vestido.
Nós a Malta da Cabine, rompemos o registo do tempo e conseguimos algo de pioneiro e nunca antes ponderado.
Iremos convosco leitores fieis deste blog partilhar três experiências vividas na primeira, segunda e terceira pessoa resultantes das conversas e investigação realizadas por nosso amigo assíduo participante e fundador do Blog Cordas ao amigo secular Lourenço, Lu para nós.
Assim, inicialmente iremos deliciarnos com a transcrição da invulgar e descomplexada de um dos frequentes diálogos entre o Cordas e Lu (O Cordas não conhecia o Lu, havendo um total desconhecimento de parte a parte), após o primeiro contacto ficaram amigos, e presentemente partilham vivências e estado de espirito no WatsApp.
É um desses trechos que irá ser divulgado aqui no Blog.
Posteriormente o grande Cordas irá opinar sobre a personalidade inquieta do Lu. Tentando descrever a sua dinâmica e tormentas que transporta ao longo de gerações.
Por último serão contemplados com o excelente trabalho realizado pelo Cordas, diria mesmo resenha histórica supervisionada pela acutilãncia e experiência secular do Lu.
Esperemos que será algo de inédito.
Lu: Boa Tarde, é o Sr. Cordas, certo?
Cordas: Certo, e quem fala daí?
Lu: Lourenço, Lourenço Vicente. Lu para os amigos que temos em comum.
Cuidado, os meus ossos já não são os mesmos.
Podemo-nos tratar por tu?
Afinal aqui estamos devido aos nossos amigos comuns, ok?
Cordas: Claro que me podes tratar por tu, afinal temos amigos comuns.
Para os ossos toma Calcitrin, o que é anunciado na TV, aquilo é mesmo bom pá.
Lu: Vou experiementar!!!!
Entrtetanto dá aí uma ganza.
Cuidado ao lado das brocas estão os comprimidos do amor.
Cordas: É pá, não me meto nisso, não quero morrer cedo.
Devias tomar cuidado, pela tua saúde e pelos teus ossos.
Lu: Ó pá, achas mesmo que me importo?
Olha bem pra mim.
Dá cá essa merda.
Cordas: E esses comprimidos azuis vão-te pôr todo fodido.
Não faças isso pá, Estou a avisar-te, essa merda mata.
Lu: Isso dizes tu, estáo ai os azuis e os brancos, ando a ver se dou um dos brancos à gaijaque faz a limpeza da noite.
Ás Vezes fico aqui quieto, tipo morto e oiço a niga ao telemóvel.
Cordas: Quem é a gaija?
Os brancos são para quê?
Lu: Sabes que sou de outros tempos e a gaija diz merdas novas.
A Gaija é da Conforlimpa, a empresa de limpezas.
Os brancos dão para a gaija ter tesão.
Os do amor, a droga da violação, foi o Alvares Pereira que me falou desta merda.
Cordas: É pá, estás-te a passar...
Se a gaija toma essa merda vai dar cabo de ti...
Nem os azuis te vão salvar.
Lu: Alvares Pereira, esta ganza é forte, forte, foda-se!!!!!
Cordas: Não tomes juizo, não.
Lu: Ó pá o Alvares Pereira comeu uma padeira com esta merda.
E o Gaijo não sacava nada no nosso tempo.
Granda ganza, não queres uma passa, padeira caralhão.
Cordas: Estás a falar da padeira de Aljubarrota? Mas essa ia com todos, dai o nome de padeira e tinha um pandeiro do catano...
Lu: Mas o Alvares nunca comeu nada.
Aquilo vai funcionar com a niga.
Cordas: Não fumo essa merda.
Lu: Devias bacano.
Cordas: Então da-lhe essa porra e diverte-te.
Lu: Já te contaram que comi a Lencastre?Antes do casamento com o Jonny?
Essa foi ao confessionário e levou!!!
Cordas: É pá, não sabia. Até a tinha como gaja séria.
Eras terrivel naquele tempo.
Lu: Ó pá tinha vindo à pouco tempo de Montpellier.
Cordas: Estou a ver que não te escapava nada.
Lu: Antes estive com um amigo jesuita em Paris, as putas de Vverssailes foi uma lição.
E o Jonny até ficou com sorte, só aprendeu muito com os meus ensinamentos dados à Lencastre.
Granda ganza!!!
Cordas: Eu sabia que eras viajado, não me digas que fumas essa merda desde esse tempo.
O Jonny era um gaijo porreiro.
Lu: Achas?
Na altura era umas merdas chinesas, snifava-se pimenta e era tinto ranço.
Cordas: Dasssssss.
Era do caixão à cova...
Lu: O cabrão era maluco e a Lencastre também, com as lições cá do je era sempre a bombar.
Cordas: Estou a ver que o Kamasutra era o teu livro de cabeceira.
Lu: Ouve bem, grandes toucas já apanhei, de ir pró caixão, mas nunca cheguei à cova.
Népia era mesmo putedo, e freiras, muitas freiras.
Cordas: Tens razão, aguentaste-te bem.
E que dizes das freiras pá?
Lu: Ó pá o que devo fazer pra comer a niga?
As freiras já não me ligam, estou uma beca velho.
Cordas: Dá-lhe a porra do comprimido branco.
Lu: Quero enterrar o osso na niga.
Cordas: Mas nãp exageres na dose.
Lu: Qualquer dia convido a gaija para dançar kisomba.
Cordas, havias de ver as mamas da niga.
Eu sou um gaijo seco.
Cordas: E tu danças disso, pensei que fosses mais de bailes.
Seco e ainda fumas essas merdas.
Lu: Mas com aquela niga até abanava o esqueleto.
Ainda tenho os ossos no sitio, a carne já se foi à muito tempo.
Mas conheces o Jonny?
Cordas: Como já te disse, acautela-te com o calcitrin, não vá o diabo tecelas.
Lu: O gaijo era só papar a Lencastre, e as outras do clube nautico de belem.
Cordas: Claro que conheço o Jonny, até fiz um trabalho sobre ele na escola, e a Lencatre também entrou nesse trabalho.
Filipa de Lencastre, lembro-me bem.
E o Jonny foi o primeiro.
Lu: O gaijo com a puta da fama nunca mais foi o mesmo, o Sebastião... perdeu-se.
Foi o primeiro, mas o gaijo era Beto, man. Aquela equipa era só totós.
O Jonny com a merda dos barcos, mas só os via de terra. O gaijo enjoava!!!
Cordas: É pá, mas o gaijo deixou a batalha de aljubarrota pra história, e isso é um grande feito.
Lu: O caralho, ouvis-te o caralho.
O gaijo andava nesse dia na feira da ladra à procura de sapatos de vela.
Cordas: E tu ferido na batalha, certo?
Lu: O Alvares comeu a puta da padeira.
Achas?
Fui ao mosteiro e comi as freiras, numa cena tipo juizo final.
Cordas: Xiiii pá, granfa garanhão.
Lu: Comi, granda ganza.
Como achas que me conservei?
Olha, estou a pensar em abrir um negócio.
Cordas: Ainda não acabas-te a ganza!!!!
E como te conservas-te?
Não me digas que te vais meter nos perfumes baratos?
Lu: Com o elixir da vida, gaijas, bebida e fumos...
Ó pá, aquelas merdas de amostras?
Cordas: Manda ai então uma ganza, vou seguir o teu conselho...
Lu: Não.
Vá quima essa...
Cordas: E vou llevar uns comprimidos brancos pró que der e vier!!
Lu: Estou a pensarmeter-me nessa merda dos submarinos.
Isso dá guito.
Ó pá, a niga tem uma prima.
Cordas: Submarinos?????
Lu: Sim.
Cordas: Isso dá guito?
Lu: Vou fazer um partido politico. Coisa grande, só milhões.
A merda é que o people da minha trupe, já finou.
Cordas: Diz-me mas é se a prima da niga vale a pena, e aonde a posso conhecer.
A niga fica pra ti e a prima pra mim.
Lu: Aqui neste atrio.
Prima, mano, grandes brocas...
Tens é que te fazer de morto.
Cordas: Aqui no átrio? E se entra alguèm?
Lu: Népia.
Ouve bem!!!
Ligo o Aar condicionado no máximo, deixo um copo de água nesta mesa com o comprimido.
Depois o calor aperta,e a niga vai à àgua...
Cordas: E depois tu atacas por trás?
Lu: Depois é meter cá a prima, e ligo-te, claro.
A merda vai ser o smell.
Cordas: Está combinado, fico á espera do teu telefonema.
E vou trazer ambientador.
Lu: Ok, depois ligo, até já.
Cordas: Até já.
Lu: Orienta ai mais uma broca.
Cordas: Dasssss, outra!!!!???
Lu: Ó pá, vamos adiar a farra para amanhã, é que para o negócio dos submarinos vou convidar a Manela e o neto para o meu partido, e combinamos falar hoje.
Eu estou na moca, os gaijos estão esclarodados, vamo-nos entender.
Tchau
Cordas: Não te metas nisso, se o Portas sabe vai querer meter a colher.
Tchau e manda cumprimentos prá malta da Lourinhã, tua terra natal
Lu: Foda-se. Sabes quando vou lá ao sanatório dos leprosos, trago sempre um bocado da mana ou da minha mãe pra matar as saudades.
Tchau.
Cordas: Tchau..
D. Lourenço Vicente era natural da Lourinhã, segundo afirmação do próprio no seu testamento, mas desconhece-se a data do seu nascimento e o nome dos seus progenitores. Era proprietário da Quinta da Charrua, que se situava próximo da vila e teria sido criado pela sua avó, Maria Vicente. Ainda menino, foi levado para a corte, onde teve uma esmerada educação. Frequentou as universidades de Montpellier, Toulouse, Paris e Bolonha. Regressado a Lisboa, bacharel em leis, foi nomeado Desembargador do Paço e Vedor da Fazendo pelo rei D. Fernando. Foi também nomeado cónego da Sé de Lisboa e da Sé de Braga, antes de ter recebido o Arcebispado de Braga.
Pela Bula «In Superne Dignitatia», datada de 19 de Dezembro de 1373, o papa Gregório XI, nomeia D. Lourenço Vicente Arcebispo de Braga e, no ano seguinte, encontrando-se este em Avinhão, é sagrado Bispo. O governo da Diocese de Braga não foi pacífico, tendo-se distinguido no combate às usurpações feitas pela nobreza dos direitos eclesiásticos e à indisciplina e corrupção no seio do clero. Esta postura trouxe-lhe muitas inimizades e D. Lourenço Vicente teve que enfrentar um longo processo judicial, do qual saiu com a sua dignidade restituída.
Na crise política de 1383-85 desempenhou um papel relevante. Defensor do partido de D. João, mestre de Avis, combateu a seu lado nas guerras contra Castela e defendeu a eleição do mestre como rei de Portugal, nas Cortes de Coimbra de 1385. Como recompensa pelos serviços prestados, D. João, ainda Regedor e Defensor do Reino, doa a D. Lourenço Vicente o senhorio e alcaidaria da Lourinhã, por carta datada de 10 de Outubro de 1384.
Já com idade avançada, redige o seu testamento a 8 de Agosto de 1391, mandando edificar uma capela na Igreja de Santa Maria da Lourinhã, para receber os túmulos de sua mãe e de sua avó. Não se sabe se chegou a ser construída, mas se o foi desapareceu com as obras efectuadas nesta igreja nos finais do século XVI.
Exerceu o senhorio da Lourinhã até 29 de Maio de 1396, data em que D. João I o doou ao Dr. João das Regras, a quem igualmente devia a sua eleição para Rei de Portugal.
D. Lourenço Vicente morreu no Outono de 1397 e o seu corpo encontra-se sepultado na Sé de Braga.
Como prometido cá fica a foto das Bailarinas Virgens em exclusivo pró Bolg da Malta da Cabine.
Nota: Desculpa lá Tony, mas a foto é só das Bailarinas, a ti já toda a gente te conhece.
Mais uma vez o nosso emissário temporário Cordas, chega á fala com o ilustre, eis o diálogo resultante aqui registado neste espaço de excelência e razão única para a invenção do www.